As tumbas de João Maurício de Nassau-Siegen

No centro de dois muros em semicírculo se encontra uma enorme tumba de ferro fundido: 300 cm de comprimento, 175 cm de largura e 200 cm de altura. Todos os lados, incluindo a tampa da tumba, estão cobertos de inscrições, tais como títulos, troféus, nomes de estados e brasões. Nem o nome da pessoa que confeccionou a tumba está faltando que, como todas as inscrições, está em latim: Siegenae (Siegen) Fusum (fundido) per (por) Hermannum (Hermann) Pithan.

O local da tumba não era a primeira, mas a terceira escolha de João Maurício. Já em 1656 ele tinha escolhido um outro lugar para ser sepultado. Em 1663 ele pediu licença ao príncipe de Brandenburgo para ser enterrado em Bergendael. No mesmo ano foi confeccionada a tumba que somente foi transportada ao local de destino em 1678, coincidindo mais ou menos com o tempo em que João Maurício fez construir uma cabana de madeira.

No muro em semicírculo encontram-se várias lápides (grafstenen) de soldados romanos enterrados naquela região. Johann Heinrich Stütte escreveu em 1757 que João Maurício, “desta maneira queria se familiarizar com sua própria morte. Com a tumba bem no centro do muro, João Maurício se coloca no círculo dos antigos heróis romanos que viveram antes dele nesta região. De um lado as lápides lembram a própria mortalidade, por outro lado colocam João Maurício na linha histórica de heróis cuja fama se estenderia por séculos.”

A localização do túmulo causou, no mínimo, estranheza: o fato de um príncipe cristão não ser enterrado em ‘terra sagrada’, isto é num cemitério de uma igreja, mas na natureza, algo somente encontrado em mausoléus de um monarca e em túmulos de filósofos. A transferência mais tarde para a Fürstengruft (jazigo/grafkelder) de membros da família Nassau) em Siegen, demonstra que João Maurício estava ciente desta situação, e desta forma encontrou um compromisso. Em 1669 ele ordenou o arquiteto Maurits Post a construir um jazigo na cidade de Siegen. O molde em madeira do túmulo em Cleves está guardado neste lugar. No jazigo se encontram os restos mortais de 31 membros diretos e indiretos da família Nassau. O túmulo de João Maurício está logo na entrada em lugar de destaque.

É interessante saber que o rei Friedrich II da Prússia, já em 1744, fez construir seu túmulo e no seu testamento em 1752 manifestou claramente que queria ser enterrado ‘sem pompa e cerimônia’ da mesma forma que João Maurício. Uma averbação no testamento em 1769 diz: ”Le prince de Nassau, Maurice, a été inhumé de même dans un bois proche de Clèves”(O príncipe de Nassau, Maurício, foi enterrado da mesma maneira, num bosque perto de Cleves).

Tumba de Maurício de Nassau-Siegen em Bergendael (Cleves – Alemanha)
Foto do autor

Vista geral da localização da tumba de João Maurício de Nassau-Siegen
Desenho de Arnoud van Halen (+- 1720-1725) Universidade Federal de Leiden (Holanda)

Última morada de João Maurício de Nassau-Siegen Fürstengruft Siegen
Foto G.Jacobs / Johan Scheffer

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